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Você sabe de onde vem o papel que você usa?

O papel é feito a partir da madeira, da qual são extraídas fibras de celulose, que se transformam após uma série de processos industriais. Entenda nesse artigo como é produzido e de onde vem o papel que você usa no seu dia a dia.

O processo para a produção de papel nem sempre teve essas matérias primas. Antigamente, eram utilizadas as fibras de algodão vindas de diferentes materiais usados, como roupas velhas.

A partir do século XV, as máquinas de impressão começaram a se desenvolver, e com isso o consumo de papel aumentou consideravelmente, e todo o mundo percebeu que não havia roupa velha suficiente para publicar livros, por exemplo. 

Somente depois da metade do século XIX, inventores de diferentes localidades passaram a utilizar fibras de celulose na produção de papéis.

Como é produzido o papel?

O papel é formado a partir da celulose, que no Brasil é extraído de duas principais fontes de madeira: o pinus e eucalipto. Esses dois tipos de madeira são responsáveis por 98% de todo volume de celulose produzido no país.

Além disso, a celulose ainda pode ser dividida em duas variedades diferentes, sendo elas:

  • Celulose de fibra longa: comprimento entre 2 e 5 centímetros, essa celulose é utilizada em papéis que precisam de maior resistência. Como é o caso de embalagens e papel cartão. Esse tipo de celulose é extraído de árvores coníferas, como é a pinus.
  • Celulose de fibra curta: comprimento abaixo de 2 centímetros, essa celulose é utilizada em papéis que precisam de boa capacidade de impressão, maciez, brilho e uniformidade. Esse tipo de celulose é extraído de árvores de fibra curta, como os eucaliptos.

Qual o passo a passo para a transformação de madeira para papel?

  1. Lascas de madeira: Nas fábricas, as toras de madeiras, após serem cortadas, passam por um descascador e picador, de onde saem na forma de pequenas lascas;
  2. Transformação em polpa: Em seguida, em um tanque chamado digestor, as lascas são cozidas dentro de um líquido com água e alguns agentes químicos, como sulfitos. O resultado desse cozimento é chamado de polpa;
  3. Remoção de resíduos: Então, a polpa passa por um processo de lavagem, em tanques e centrífugas, onde são extraídas as lascas que não se dissolveram e outras impurezas. Depois, vem a etapa de branqueamento, onde a polpa é deixada em descanso em outros tanques, que tem como objetivo separar a celulose de outros resíduos;
  4. Geração de energia elétrica: Por fim, os restos não aproveitados de madeira são queimados em caldeiras e transformados em energia elétrica em turbo geradores a vapor. Assim, a energia gerada nesse momento é utilizada no próprio processo de fabricação do papel;
  5. Alisamento: A polpa de celulose, ainda com alto teor de água, passa por uma máquina chamada mesa plana, que transforma essa massa úmida em uma grande folha contínua e lisa, pousada sobre uma esteira rolante de feltro;
  6. Compactação: A grande folha movida pela esteira rolante, passa por rolos de prensagem e secagem com ar quente. Estes retiram o excesso de água, compactam o papel e alisam a folha. O processo ainda pode contar com mais um passo, caso seja necessário a produção de um produto diferenciado. Ela ainda pode passar por um rolo que aplica uma película que protege ou oferece brilho ao papel;
  7. Empacotamento: Finalmente, a folha passa por um aparelho chamado enroladeira e por rolos de rebobinagem, onde o papel se descola da esteira rolante e forma enormes rolos, estando pronto para o corte e o empacotamento.

Qual a importância da indústria de papel e celulose no Brasil?

O Brasil, como todos sabem,  possui um grande potencial agrícola que é explorado para produção de muitas commodities destinadas principalmente à exportação. 

Assim como no setor de papel e celulose, onde o Brasil é um dos maiores produtores e um dos maiores exportadores do mundo nos últimos anos. Dessa forma destinando grande parte de toda a produção ao mercado chinês, europeu e estadunidense.

Para entender melhor a distribuição entre as produções de papéis, segue a comparação: A maior produção é destinada à produção de papéis de impressão, seguido de lenços e papel cartão.

Considerando a questão geográfica, há uma concentração na região sul e Sudeste na localização das indústrias de papel e celulose.

Isso se deve ao fato do maior consumo nessas localidades, porém há indústrias espalhadas por todo território nacional.

Dessa forma, esse ainda não é um segmento tão pronunciado e conhecido, como por exemplo o agronegócio. Mas vem ganhando cada vez mais seu espaço e reconhecimento da população em geral.

Além disso, este segmento possui grande relevância para a economia do país. Em 2019 chegou a arrecadar R$ 86,6 bilhões, o que representa 1,3% do PIB nacional e 6,9% do PIB industrial.

Em uma indústria tão relevante para o país, como otimizar processos?

Conforme demonstrado acima, o processo de transformação da madeira em celulose demanda muitas etapas e processos envolvidos. 

O que consequentemente abre muitas oportunidades para implantação de melhorias e tecnologias de eficiência.

Pensando na Indústria 4.0 as possibilidades são inúmeras! Trazendo eficiência, gestão guiada por dados, melhoria na qualidade, e muito mais.

Além disso, ainda temos a possibilidade de um foco maior em inovação e gestão sustentável, otimizando processos manuais e recursos. Portanto trazendo a empresa uma visão mais sustentável e impacto positivo no mundo.

De maneira geral, o Brasil recicla apenas de 30 a 45% de todo o seu papel, um número muito pequeno quando comparado a outros países. O que torna o foco nessas frentes no nosso país, ainda mais relevantes.

Ser referência não só em produção de papel e celulose, mas sim ter eficiência e preocupação com o impacto sustentável em todos os passos do caminho, se tornam aspectos imprescindíveis na competitividade global que enfrentamos.


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